sábado, 18 de outubro de 2008

Aninha


A música já dizia que um homem podia ter mulheres de todas as cores, de várias manias, vontades, taras e desejos. Umas mais calmas que outras, mais ou menos vaidosas, as que vivem a procura de um amor, e as que sofrem por não conseguir amar ninguém. E assim era Aninha. Já tinha existido de arranjar alguém para viver feliz para sempre, pois para ela era sim verdade que tipos de mulheres havia muitos, porém no tipo masculino a evolução não variou a espécie, e só existe um tipo de homem, o homo caninus, ou melhor dizendo homem da espécie canina. Basta qualquer cadelinha abanar o rabinho que a natureza dele responde apenas por instinto, qualquer diferença do ser humano para o animal, nos homens não existe.

Com a idade, além da falta de paciência para com o sexo oposto, ela também começou a ter as suas vontades. Resolveu então deixar de se preocupar com o tempo certo de espera para ir com “ele” para a cama. Se tinha muita vontade e ia logo n 1º encontro arrependia-se no outro dia, se demorava muito tempo, chorava pelo tempo perdido. E foi com o Fernando que ela resolveu parar com essa paranóia.

Eles já andavam há uns dias, o cara não a deixava em paz, e ela como sempre tinha pena da pobre criatura esquecida por Deus na evolução humana. Então resolveu que com o Fernando ia logo testar o sexo, se valesse a pena…continuava afinal ela também era filha de Deus. Se não…sinto muito meu filho, mas a fila anda.

Ela resolveu não ter pena do rapaz, com aquele arzinho de “ah e tal, eu não sou assim tão mal” ela sabia que ele ainda era homem, logo…Vestida com um decote daqueles “mamãe eu quero” o adorno principal não faltou, o seu Channel nº5, a poção do amor, nunca falhava, era sempre alegria certa.

Então o Fernando chega, com aquele ar de bonzinho:

-Ai que cheiro tão inebriante!

-Gosta?

-Muito! Então, para onde vamos?

Ela olhou bem nos olhos dele e disse:

-Para a onde você quiser me levar!

O rapaz não podia acreditar, ficou vesgo, o cérebro não conseguia captar a ideia, sim, o instinto veio à tona de uma maneira que ele bloqueou. Aninha , era só caras e bocas, sentia-se a mulher mais desejada do mundo, impossível de um homem dizer não, mas para seu espanto:

-Ah, então vamos ali beber um chopp!

Ela quase morre! Seu Channel Nº5 misturado com cheiro de fritura de barzinho, seu mega decote a vista de todos os presentes numa mesa com um choppinho! Era demais prá ela, ou o cheiro do seu perfume tem alguma droga que deixou o animal entorpecido, ou ele…ele…mas…bem, não havia hipótese. Gay ele não era, pelo menos não tinha nada jeito disso. Não desistiu e com o biquinho disse :

-Hum…por mim pode ser, mas pensava eu você queria algo mais calminho, mais intimo…

-Sim, claro…mas podíamos beber qualquer coisa antes…

Isso era o perigo, Aninha sabia que bastava um copinho para ficar a ver passarinhos, o que também significava que tara vinha com força..mas…sentir..não sentia nada..o Fernandinho ia ficar ali a noite toda, que ela encarava, mas a nossa querida ia perder por uns 3x0.

Até hoje ela não entende a razão do Fernandinho insistir no choppinho, ela já tinha nãomais como se oferecer e resolveu aceitar o convite do rapaz. Depois de uns churrasquinhos , e uns copinhos o Fernandinho parece que tomou coragem sabe-se lá vinda onde e perguntou se era mesmo pra um Motel que ela queria ir. Ela até ficou com vergonha de dizer que sim, mas, depois de toda aquela frustração, já não podia acontecer nada pior. E foi como ela previu, apesar de não ter sentido nada, o Fernandinho não fez feio, ficou no 2x0, ela teve que fingir, pois já que havia insistido tanto, que não queria ficar com aspecto de frígida. O Fernando saiu com cara de satisfeito e de que iria querer mais, mas pra Aninha foi suficiente.

Depois desse dia, só para não variar, o Fernando não a chateou muito mais, ela também já estava à espera, na se chateou com isso, já era vivida, pelo menos podia ter sido mais proveitoso, enfim…

No dia seguinte como é óbvio, saiu com a Bia e a Sofia, e contou da noite “magnífica”, todos os detalhes: centímetros e largura, afinal ele merecia não ficar no anonimato, não era daqueles que ela devia mentir as amigas para não ter medo de perder, podia fazer propaganda à vontade, o produto não precisava ser resguardado. Dias depois ia sair com o Gabriel, comprou um perfume novo, o decote ficou em casa, o Gabriel era interessante tinha uma boa conversa, e como ela já sabia no que ia dar…resolveu esperar, aprendeu que a pressa é inimiga da perfeição…e que vontade dá e passa….

2 comentários:

Magaliana disse...

Coitada da Aninha. A situação foi tão frustrante quanto a engordada da Samantha no filme Sex in The City...coisa triste.
O problema é que fez muito que queria, o homem deve ter pensado "já tá no ponto, tem nem perigo de eu errar".
kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
Adorei moça, ótimo texto.

rogério disse...

hehehe